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Em 31 de Outubro de 1517, o Monge Martinho Lutero pregou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg um protesto com 95 teses contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma ampla reforma nas práticas do catolicismo.

Celebramos 500 anos da reforma protestante.

O termo protestante refere-se primeiramente a uma carta de protesto dos príncipes eleitores que aderiram ao movimento de reforma a partir da publicação das 95 teses de Lutero.

Em 1529, a segunda dieta de Speyer condenou as doutrinas expostas por Lutero. Em reação a esta é que os príncipes publicam uma carta em Protesto ao que foi decidido em Speyer. O termo protestante, portanto, foi utilizado primeiramente para registrar este fato histórico. Com o passar do tempo, entretanto, começou a definir o grupo de igrejas históricas que provém do movimento da reforma.

Existiram motivos intelectuais, políticos, econômicos, morais e prioritariamente religiosos para a reforma. Clérigos compravam e vendiam cargos. Coleções de relíquias, tais como pedaços de cruz e ossos de santos, tornaram-se moda. A justiça era comprada e vendida nas cortes eclesiásticas dentre muitas outras corrupções e distorções.

Os pilares da Reforma Protestante são os chamados Cinco Solas – frases latinas que surgiram para enfatizar a diferença entre a teologia reformada protestante e a teologia católica romana. Sola, vem do latim e significa “somente” na língua portuguesa.

  • Sola Fide, somente a fé. Este princípio afirma que o homem é justificado única e exclusivamente pela fé, sem o acréscimo das obras do mérito humano.
  • Sola Scriptura, somente a Escritura. A Escritura é a única regra de fé e prática da igreja e o protestantismo aceita doutrinas de sua inspiração, autoridade, inerrância, clareza, necessidade e suficiência.
  • Solus Christus, somente Cristo. A reforma defendeu que tal mediação entre o homem e Deus é feita somente por Cristo, único capaz de salvar a humanidade e o tema central da reforma protestante.
  • Sola Gratia, somente a Graça: “Sola gratia” diz respeito a tudo que o homem possui e, em especial, à salvação que é dada pela graça somente, por meio da qual o homem é regenerado, justificado, santificado, glorificado, recebe dons espirituais para o serviço cristão e as bênçãos de Deus.
  • Soli Deo Gloria, somente a Deus a glória.

Outros nomes foram muito importantes na reforma: João Calvino, Filipe Melanchton, Ulrich Zuínglio, Martim Bucer, Menno Simons, John Knox e tantos outros, inclusive pré reformadores como John Huss e Wycliffe. Os movimentos de santidade da Grã-Bretanha no Séc.XVIII com Jonh Wesley que “sentiu seu coração estranhamente aquecido”, seguido do movimento pentecostal no inicio do Século 20, com o batismo no Espírito Santo e resgate dos dons espirituais, línguas e profecias são ainda desdobramentos da reforma, em aspectos não contemplados no Sec. XVI. A reforma do ponto de vista religioso permitiu que a igreja resgatasse as verdades do evangelho e voltasse ao seu eixo de funcionamento, voltando à coluna da verdade.

Como a história não é linear, mas pendular e cíclica, algumas questões ficam na minha reflexão. Não estaríamos hoje precisando de uma reforma na igreja protestante? Não existem práticas do catolicismo medieval presentes hoje de diferentes formas na igreja protestante que ferem “os solas”? Quais aspectos ainda carecem de reforma? Teríamos hoje homens com a coragem e tenacidade dos reformadores do século XVI? Deus levante essa geração!

Que venha o Avivamento!

 

Pr. Onésimo F. da Silva

Presidente do Conselho Geral da IEAB

 

 

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