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fev
Quando eu era menino, ia jogar bola com os amigos.
Como eram muitos meninos, formávamos diversos times.
Quem ganhava ia ficando, quem perdia ia saindo, e assim todos iam jogando.
Mas tinha o dono da bola.
Esse não aceitava ficar fora de nenhum jogo, não porque fosse craque, mas porque era o dono da bola. Era assim ou pegava a bola e levava embora, acabando com a alegria da molecada.
Era assim nos bons tempos de criança.
Essa história serve de metáfora para o que acontece ainda hoje no jogo da vida.
Muitos egoisticamente não conseguem ficar felizes no simples fato de ver outros felizes, enquanto poderiam ficar na arquibancada, torcendo, incentivando, aplaudindo, desfrutando a alegria por oportunizar que outros possam participar.
Se por alguma razão não estão no jogo, fazem qualquer coisa para o jogo acabar, pois os outros estão irritantemente alegres.
A vida acontece como numa corrida em equipe de revezamento: vai lá, agora é a sua vez. O que temos oferecemos, compartilhamos para que outros vivam a mesma alegria.
Voltando ao jogo, eu nunca fui bom de bola, geralmente era o último a ser escolhido, “café com leite”, não era contado. Nunca fui bom de bola, mas aprendi muitas coisas estando dentro e fora do jogo. Aprendi que todos podem participar. Aprendi que faz parte do campeonato da vida ganhar e perder, mas que vale a pena participar e crescer. Aprendi que com um simples passe ao outro, a gente pode participar de uma grande jogada e marcar.
Aprendi que nem sempre estar fora é demérito ou sinal de fraqueza, mas é dar tempo e espaço para o outro se exercitar na arte de sorrir e chorar e reconhecer que olhando de fora tudo é mais fácil.
Aprendi que ninguém ganha jogo sozinho, cada um tem a sua importância, há interdependência. Posso recuperar energias, ficar na torcida, aplaudindo as belas jogadas, lamentando um gol perdido, mas torcendo pelos meus amigos.
Que bom que na vida, Deus é o dono da bola.
Pr. Onésimo F. da Silva
Presidente do Conselho Geral da IEAB
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